terça-feira, 9 de junho de 2009

Monitoramento minucioso vai garantir sucesso do Plano Clima

Medidas arrojadas como o desmatamento zero, mudanças na matriz energética no padrão de consumo de combustíveis fósseis nas grandes cidades já estão em andamento, sob a responsabilidade da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental (SMCQ). O órgão se prepara agora para começar a medir minuciosamente os resultados efetivos que vem sendo atingidos pelo Plano Nacional sobre Mudança do Clima.

Um dos primeiros efeitos visíveis, além da contribuição para a redução no desmatamento da Amazônia, tem sido tirar o País de uma posição defensiva para um papel de protagonista no cenário internacional dos debates que vão desembocar na estratégia global para o combate às mudanças climáticas de longo prazo, período apelidado de "pós-Kyoto", em referência ao Tratado de Kyoto, que definiu os critérios de redução de emissões.

À frente da SMCQ, a engenheira Suzana Kahn pilota o Plano Clima com a disciplina de quem quer resultados concretos no curto, médio e longo prazos. Sair do papel de coadjuvante para assumir a tarefa de timoneiros, o que assegurará que o plano não vai perder o rumo, está na ordem do dia dos técnicos da secretaria. "O chefe já avisou que se tiver que ser ecochato para atingir suas metas não vai titubear. Seria uma vergonha para o País apresentar um plano e não cumprir suas metas", disse Minc.

Sozinho nenhum país no mundo tem o poder de reduzir globalmente, ou mesmo em seu próprio território, os impactos catastróficos previstos pelos maiores cientistas e pesquisadores do mundo, reunidos no IPCC (Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas). Mas o caminho para o consenso é árduo e pode levar a reunião da Convenção Quadro do Clima, a COP-8, prevista para dezembro em Copenhagem, na Dinamarca, a um impasse. De um lado os países desenvolvidos que precisam, mas não querem ou não podem por problemas internos adotar modelos econômicos de baixo carbono, e do outro aqueles em desenvolvimento, cujas emissões são menores, mas podem ser reduzidas se os ricos financiarem o processo, gerando um saldo global menor de carbono na atmosfera, que, afinal, é compartilhada por pobres e ricos.

Quem acredita que as mudanças climáticas globais são previsões para um futuro longínquo, basta ligar a televisão e ver esse conceito desabar. Os efeitos do aumento da temperatura já estão em pleno andamento. É por isso que o "Plano Clima" tem que produzir resultados "para ontem". Seca no Sul, enchente no Norte, chuva demais no Nordeste são fortes indícios de que o próximo IPCC poderá rever suas metas para cima e até considerar que o impacto previsto no último painel foi subavaliado.
Assessoria de Comunicação do Ministério do Meio Ambiente

Nenhum comentário:

Postar um comentário