A velocidade dos acontecimentos não raro faz detentores de cargos no Poder Executivo darem continuidade a políticas públicas sem uma reflexão sobre a necessidade de mudanças de premissas, objetivos e revisões de estratégias. Reavaliar programas e mudar paradigmas exige visão estratégica, esforço técnico e disposição para assumir riscos. Em plena preparação para os grandes eventos esportivos, um novo cenário econômico e administrativo impõe enormes desafios ao Ministério do Turismo.
Entre os principais fatores que condicionam a revisão dos programas ministeriais estão: a prolongada crise financeira internacional; a crescente relevância do mercado doméstico, com o crescimento expressivo da classe média e a rápida mudança do perfil demográfico; a importância do Turismo para a geração de empregos e renda, em especial como instrumento de inclusão produtiva da população pobre no mercado de trabalho; e a determinação da presidente Dilma para que os grandes eventos programados constituam alavancas para o desenvolvimento nacional. Cada um desses elementos desdobra-se em múltiplos aspectos, que estão sendo considerados; exemplos podem ser observados nos resultados da pesquisa do Ministério do Turismo sobre avaliação do Brasil pelos turistas estrangeiros (edição 2010).
Após amplo levantamento junto a 39 mil visitantes, detectou-se uma mudança recente no perfil do turista estrangeiro. O fluxo de europeus declinou, muito provavelmente em função da grave crise naquele continente, enquanto aumentou o ingresso de argentinos, chilenos, uruguaios e paraguaios. Considerando que a crise nos países desenvolvidos deve prolongar-se por alguns anos, a mudança não é circunstancial.
De fato, o número de turistas sul-americanos - 2.384.186 visitantes - supera em muito o de europeus (1.614.864). Diferentemente dos europeus, o público sul-americano entra majoritariamente no país por meio rodoviário e se concentra nas regiões Sul e Sudeste. Nosso olhar estratégico exige, por consequência, maior atenção com a promoção de novos roteiros para os nossos vizinhos - para aumentarem a estadia e o gasto médio no país, gerando oportunidades para diversos setores econômicos.
O estudo mostra também que, cada vez mais, as redes sociais e o boca a boca superam os meios tradicionais como fonte de informações. Em 2010, a internet foi principal influência para 31% dos turistas estrangeiros. Parentes e amigos influenciaram 28,4% dos estrangeiros que visitaram o Brasil. Guias e impressos (6,2%) somados às feiras e eventos (1,4%) não atingem 8% no gráfico de fatores influenciadores. Os números reforçam a percepção de que publicidade e divulgação institucional causam impacto decrescente, perdendo espaço para a comunicação informal e interpessoal.
Essa é uma tendência irreversível, que vai se consolidar rapidamente ao longo dos próximos anos, com o crescente acesso facilitado às mídias digitais. Frente a essa nova realidade, quem não empreender formas inovadoras de divulgação perderá competitividade no cenário internacional.
Também devemos inovar nos procedimentos relacionados à qualificação da mão de obra - prioridade absoluta do Ministério do Turismo, no contexto dos preparativos para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. O desafio é fortalecer políticas públicas que transformem potenciais em resultados concretos.
No cenário brasileiro, os megaeventos reforçam nossa crença na necessidade de se reavaliar as diretrizes e práticas dos programas do Ministério do Turismo para atingirmos as metas de qualificação.
Vamos usar a experiência do Sistema S, do Ministério da Educação e de outras instituições em qualificação profissional, visando a dar mais eficiência, maior abrangência e otimização dos recursos públicos, por meio de programas como o Senac Copa 2014 e o Pronatec - que já oferece 80 mil vagas para o Turismo. Vamos trabalhar de forma articulada com o Ministério da Educação para preencher todas essas vagas.
Toda mudança acarreta resistências. Mas precisamos trabalhar tendo em vista que a Copa e as Olimpíadas nos oferecem a oportunidade de atrair um turista muito mais qualificado, com gastos de, no mínimo, o dobro do turista comum e com exigências proporcionais. Em nossas mãos está a responsabilidade de conquistá-lo.
Entre os principais fatores que condicionam a revisão dos programas ministeriais estão: a prolongada crise financeira internacional; a crescente relevância do mercado doméstico, com o crescimento expressivo da classe média e a rápida mudança do perfil demográfico; a importância do Turismo para a geração de empregos e renda, em especial como instrumento de inclusão produtiva da população pobre no mercado de trabalho; e a determinação da presidente Dilma para que os grandes eventos programados constituam alavancas para o desenvolvimento nacional. Cada um desses elementos desdobra-se em múltiplos aspectos, que estão sendo considerados; exemplos podem ser observados nos resultados da pesquisa do Ministério do Turismo sobre avaliação do Brasil pelos turistas estrangeiros (edição 2010).
Após amplo levantamento junto a 39 mil visitantes, detectou-se uma mudança recente no perfil do turista estrangeiro. O fluxo de europeus declinou, muito provavelmente em função da grave crise naquele continente, enquanto aumentou o ingresso de argentinos, chilenos, uruguaios e paraguaios. Considerando que a crise nos países desenvolvidos deve prolongar-se por alguns anos, a mudança não é circunstancial.
De fato, o número de turistas sul-americanos - 2.384.186 visitantes - supera em muito o de europeus (1.614.864). Diferentemente dos europeus, o público sul-americano entra majoritariamente no país por meio rodoviário e se concentra nas regiões Sul e Sudeste. Nosso olhar estratégico exige, por consequência, maior atenção com a promoção de novos roteiros para os nossos vizinhos - para aumentarem a estadia e o gasto médio no país, gerando oportunidades para diversos setores econômicos.
O estudo mostra também que, cada vez mais, as redes sociais e o boca a boca superam os meios tradicionais como fonte de informações. Em 2010, a internet foi principal influência para 31% dos turistas estrangeiros. Parentes e amigos influenciaram 28,4% dos estrangeiros que visitaram o Brasil. Guias e impressos (6,2%) somados às feiras e eventos (1,4%) não atingem 8% no gráfico de fatores influenciadores. Os números reforçam a percepção de que publicidade e divulgação institucional causam impacto decrescente, perdendo espaço para a comunicação informal e interpessoal.
Essa é uma tendência irreversível, que vai se consolidar rapidamente ao longo dos próximos anos, com o crescente acesso facilitado às mídias digitais. Frente a essa nova realidade, quem não empreender formas inovadoras de divulgação perderá competitividade no cenário internacional.
Também devemos inovar nos procedimentos relacionados à qualificação da mão de obra - prioridade absoluta do Ministério do Turismo, no contexto dos preparativos para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. O desafio é fortalecer políticas públicas que transformem potenciais em resultados concretos.
No cenário brasileiro, os megaeventos reforçam nossa crença na necessidade de se reavaliar as diretrizes e práticas dos programas do Ministério do Turismo para atingirmos as metas de qualificação.
Vamos usar a experiência do Sistema S, do Ministério da Educação e de outras instituições em qualificação profissional, visando a dar mais eficiência, maior abrangência e otimização dos recursos públicos, por meio de programas como o Senac Copa 2014 e o Pronatec - que já oferece 80 mil vagas para o Turismo. Vamos trabalhar de forma articulada com o Ministério da Educação para preencher todas essas vagas.
Toda mudança acarreta resistências. Mas precisamos trabalhar tendo em vista que a Copa e as Olimpíadas nos oferecem a oportunidade de atrair um turista muito mais qualificado, com gastos de, no mínimo, o dobro do turista comum e com exigências proporcionais. Em nossas mãos está a responsabilidade de conquistá-lo.
Ministro Gastão Veira