Esquizofrenia, psicopatia e cegueira. A novela Caras & Bocas, da Rede Globo, trata de assuntos polêmicos relacionados à natureza humana. Mas o que vem chamando mesmo a atenção do público é o caso do chimpanzé Xico. O macaco vive com um garoto e seu pai, que o “sequestraram” de um circo onde sofria maus tratos. No aconchego de um lar, o primata teria conforto e carinho mas, mesmo assim, estaria fora de seu habitat natural. O caso fugiu das telas de TV e alcançou a vida real. Enquanto parte do público se diverte com as peripécias de Xico, outra quer mais é ver o animal fora dali. Uma briga está sendo travada entre a Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA, da sigla em inglês) e o autor da novela, Walcyr Carrasco.
Para Bernardo Torrico, gerente de comunicação da WSPA, a Globo tirou o direito de liberdade do macaco. Já Carrasco defende-se dizendo ter certeza de que o animal é bem tratado e de que a entidade deveria checar antes de dizer qualquer coisa a respeito.
Enquanto a briga rola nos bastidores, a verdade é que milhões de animais continuam a ser vítimas da violência humana em todo o Brasil. Somente com o tráfico, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) estima que 38 milhões de animais sejam retirados da natureza todos os anos.
Circos também são um grande problema. Se de um lado a maioria deles tem autorização para manter os bichos em suas apresentações, do outro, o tratamento que dispensam é cruel. Os treinamentos são feitos a base de choques elétricos, chicotadas e pauladas, além de, na maioria das vezes, os animais serem alojados em espaços muito pequenos para seus tamanhos. Também inclui-se na conta as criaturas vítimas da imprudência humana, como aquelas atropeladas, queimadas em fios de alta-tensão, decapitadas por linhas de cerol ou simplesmente linchadas.
Não é sempre que os animais sobrevivem a todas essas desventuras. Quando têm essa sorte, precisam da ajuda de gente solidária, como Silvia e Marcos Pompeu, idealizadores da Associação Santuário Ecológico Rancho dos Gnomos (ASERG), em atividade há mais de 15 anos.
Em Cotia, na Grande São Paulo, os cerca de 400 animais que foram parar ali por causa do mais diverso histórico de violência vivem em um ambiente de paz, harmonia, saúde e felicidade para a bicharada.
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