A sexualidade de crianças e jovens sempre foi uma das maiores preocupações dos pais. A forma de abordar seus filhos e como lidar com as inúmeras dúvidas e consequentes atos irresponsáveis sempre pautou os estudos pedagógicos. Mas, por conta do pudor e da falta de prioridade na grade curricular a educação sexual não é assunto corrente na maioria das salas de aula. Uma escola do Guará, o Centro de Ensino Fundamental 8, entre as QEs 13 e 15, arriscou tratar o assunto com toda a comunidade escolar.
A iniciativa da orientadora educacional Rosane Araújo e demais professores da escola tinha como objetivo evitar a gravidez na adolescência e a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis. No entendimento dos educadores, o trato com a sexualidade e a estrutura familiar tem um resultado direto na sociedade. Podendo evitar inclusive crimes, já que segundo congresso de delegados do DF, realizado em maio desse ano, o número de homicídios praticados por jovens aumentou vertiginosamente no DF, grande maioria provenientes de famílias desestruturadas.
Participação dos pais
O projeto teve início com uma reunião com os pais e professores. Segundo a escola, mais de 96% dos pais decidiram participar ativamente do processo de orientação. Escolheu-se desenvolver temas específicos relacionados à sexualidade dos jovens, como o desenvolvimento do corpo dos adolescentes, namoro, reprodução humana, métodos anticoncepcionais, conflitos familiares envolvendo adolescentes e doenças sexualmente transmissíveis.
Em outra etapa, cada jovem precisou tomar conta de um ovo cru, como se fosse uma criança por diversos dias. Atividades como batizados, banhos e jogos completavam o processo de aprendizagem. O objetivo era mostrar aos alunos as dificuldades de criar um filho nos dias de hoje.
No dia 24 de junho uma grande palestra com participação de mais de 100 pessoas foi proferida pela orientadora Rosane Araújo, a psicólogo Juliana Posselt, a professora Neide Rafael e o policial civil Paulo Cézar.
Os alunos, pais e palestrantes discutiram os problemas na adolescência e implantaram o Conselho de Segurança Escolar.
Nas escolas
O ápice do projeto foi a apresentação do grupo cênico Anônimos da Silva, com a peça Qual o Seu Pedido?. Um espetáculo de improvisação para motivar os alunos, que lotaram o Teatro da Administração Regional na manhã da última quarta, 8 de junho. O projeto deve ser repetido em outras escolas, sempre organizado pelo setor de orientação educacional.
Segundo Rosane “o trabalho de orientação educacional é muito mais que resolver conflitos dentro da escola, o mais importante é trabalhar para prevenir que esses problemas aconteçam”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário