A Companhia Carroça de Mamulengos (DF)

Surgiu em Brasília, entre os anos de 1977/1978, fundada por Carlos Gomide. Através de um espetáculo da Companhia Mamulengo Só Riso, de Olinda-PE, chamado "Festança no Reino da Mata Verde", que Carlos percebeu que havia uma possibilidade única de poder fazer e viver de teatro nesse país, sem necessariamente freqüentar uma escola de artes dramáticas. 

Trabalhando com Humberto Pedrancini com bonecos feitos de sucata montaram a primeira brincadeira: "As Bravatas de Professor Tiridá na Usina do Coronel Dijavuna", com texto do brincante Januário de Oliveira; e foi com esse espetáculo que começaram a viajar. Em um Encontro de Cultura Popular, no Rio de Janeiro, conheceu o mamulengueiros Antônio Alves Pequeno, conhecido como Mestre Antônio do Babau, que com a magia da sua arte, reforçou em Carlos o desejo de trabalhar com o mamulengos. 

Após esse encontro, o grupo Carroça rumou para o nordeste onde conviveu por dois anos com o Mestre Antônio do Babau, na cidade de Mari - PB. Esse convívio possibilitou o contato com outros folguedos populares como os Reisados, as Bandas de Pífanos, os Repentistas, os artistas camelôs, Emboladores de Coco, entre outras incontáveis tradições. Bebendo nessa fonte cristalina, a Carroça passou a buscar inspiração para novas montagens. Carlos percebeu então a possibilidade de traçar um caminho original no universo da dramaturgia popular brasileira, através da vivência com os mestres. 

Descobriu a importância de juntar-se a estes mestres e a necessidade urgente de trabalhar pela valorização desta cultura tão rica e tão desvalorizada por nosso povo. Em 1982, de passagem por Brasília, Carlos conheceu Schirley, também artista, que larga tudo para viajar com a Companhia Carroça. Dessa forma começa a surgir à família Gomide. Com o nascimento dos filhos, impõe-se uma outra concepção cênica que possibilite uma adaptação da brincadeira à vida familiar. Desde então, a Cia. Carroça de Mamulengos vem se apresentando por todo o país, com estas características únicas: Viver viajando e ser formada por toda uma família: o pai Carlos, a mãe Schirley, e os filhos Maria, Antônio, Francisco, João, Pedro, Mateus, Isabel, Luzia e o músico Beto Lemos de Juazeiro do Norte que está presente somando com os trabalhos da cia.