A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) enfatizou a necessidade de a proposta chegar ao Congresso para ampliar o debate sobre direitos autorais. “É importante que o governo envie um projeto com base no que já foi feito. Não precisa nova consulta pública”, afirmou a parlamentar, que preside a Frente Parlamentar Mista de Cultura.
Ana de Hollanda disse que o projeto deve ser enviado ao Congresso até junho. “Achei que não seria responsável enviar a proposta da forma que estava, quando ainda montava minha equipe”, afirmou a ministra. Segundo ela, ao reavaliar o texto, técnicos do governo encontraram problema em áreas como a regulação dos direitos autorais na internet. A questão estaria “muito vaga e superficial.”
No último dia 22, o ministério tornou público o texto elaborado no governo anterior para reabrir a discussão com a sociedade. “Vamos fazer algumas sugestões, organizar alguns encontros com a sociedade para discutir e fazer uma proposta minimamente aceitável”, afirmou.
Prioridades - A ministra voltou a defender a aprovação do vale-cultura (PL 5798/09), do Programa Nacional de Fomento à Cultura-Procultura (PL 6722/10), que substitui a Lei Rouanet (8.313/91), e da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 150/03, que prevê 2% do Orçamento da União para a cultura. Ela havia feito o apelo no relançamento da Frente Parlamentar Mista da Cultura, na última quarta-feira (6).
“Para diminuir a exclusão social há que se aumentar a inclusão cultural”, enfatizou Ana de Hollanda. Para agilizar a votação das propostas, a ministra anunciou que enviará um representante do ministério para trabalhar junto com os deputados da comissão, cada vez que um projeto considerado prioritário pelo governo entrar em pauta.
A presidente da comissão, deputada Fátima Bezerra (PT-RN), concordou com a necessidade de priorizar as propostas citadas pela ministra. Ela também anunciou a intenção de criar uma subcomissão para discutir os cortes orçamentários a emendas parlamentares destinadas à cultura e a proibição, incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2011, de destinar recursos do Ministério do Turismo diretamente para instituições privadas, o que favorecia a realização de festas, shows e eventos culturais.
Continuidade - Ainda na reunião, o deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) afirmou que há uma distância entre intenção e prática do governo na área cultural. “Qual a vontade política do governo de encarar a cultura como prioridade? É necessário ter políticas públicas de continuidade”, criticou.
Para a deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), falta compromisso orçamentário com a área. “Enquanto não houver respeito com o orçamento da cultura, não vamos ter políticas públicas duradouras”, disse.
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Daniella Cronemberger
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