terça-feira, 18 de agosto de 2009

STNCS recebe Arnaldo Cohen

Na próxima terça-feira (18), às 20h, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS) recebe o solista Arnaldo Cohen. No repertório, composições de Johannes Brahms, Feliz Mendelsson e Piotr Illitch Tchaikovsky. O concerto será na sala Villa-Lobos do Teatro Nacional.

A primeira sinfonia da noite será ‘Concerto para piano nº 1 em ré menor, opus 15’, de Johannes Brahms. Sua estréia foi um fracasso, mas o tempo encarregou-se de consolidar este como um dos grandes concertos para piano da história da música. Os primeiros dois movimentos foram escritos em 1854. Schumann aconselhou Brahms a compor uma sinfonia, mas ele, hesitante quanto a suas habilidades sinfônicas, compôs o Maestoso e o Adagio apenas para dois pianos. Ao transpor a música para orquestra sinfônica, o compositor percebeu que não poderia abrir mão do piano. Assim, o que era uma sinfonia transformou-se em seu primeiro concerto para piano e orquestra (a primeira sinfonia de Brahms só estrearia dezoito anos bem depois, em 1876).

Logo depois, é a vez de Félix Mendelssohn com ‘Abertura Mar calmo e viagem próspera opus 27’. O compositor foi mais importante do que se imagina na explosão da música de programa (música com motivações extramusicais, que conta uma história) no século 19. Ele deu a partida compondo em 1826 a hoje célebre abertura para ‘Sonho de uma noite de verão’, peça de Shakespeare. Outras três aberturas se estenderam pelos oito anos seguintes, com uma característica curiosa: todas têm a ver com o mar. A primeira ‘As Hébridas’ foi composta sob o impacto da visão das marés invadindo a gruta de Fingal, no litoral da Escócia; a terceira é ‘A Bela Melusina’, que conta a história de uma sereia.

A segunda delas, que será ouvida nesta terça-feira, tem a palavra mar no título. Composta em 1828, inspira-se em dois poemas de Goethe reproduzidos na partitura. O poeta evoca como a calma do mar provoca receio e angústia no marinheiro – é quase como um silêncio de morte à espreita. O início solene lembra um pouco o adagio da nona sinfonia de Beethoven, composta quatro anos antes. Prestando atenção dá para perceber a orquestração ondulante imitando os movimentos do mar.

Para finalizar, Piotr Illitch Tchaikovsky com ‘Francesca da Rimini opus 32’. “Todo gênero musical é, em meu ponto de vista, ‘música de programa’”, escreveu Tchaikovsky em carta a sua mecenas, Madame von Meck. “A inspiração de um sinfonista pode ser de dois tipos: subjetiva e objetiva. No primeiro caso, os sentimentos pessoais de alegria ou tristeza são expressos na música. Aí o programa é não só inútil como impossível. Mas o músico, ao ler uma obra poética ou contemplando uma bela paisagem, pode inflamar-se de entusiasmo para caracterizar musicalmente o que o leva a tal êxtase. Neste caso, o programa é indispensável e é lamentável que Beethoven não tenha previsto programa para as sonatas das quais você fala (ele refere-se às quatro últimas sonatas, do opus 106 ao 111, que sugerem claramente ‘programas’)”.

Ascom da Secretaria de Cultura do Distrito Federal

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