segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Coordenador da Abravida diverge de professor da UnB e garante que há nascentes na 212/213 Norte


Existem cerca de 300 pontos de onde brotam água na entrequadra 212/213 Norte, ao lado do Parque Olhos D´Água. Quem garante é o coordenador da Abravida (Associação Brasileira de Voluntários contra Ilegalidades, Danos e Abusos), Ricardo Montalvão, que adotou, em 2002, as nascentes da entrequadra. Segundo ele, a solução para proteger a área seria a inclusão do terreno na poligonal do parque, que ocupa a área que seria das superquadras 413 e 414 Norte.

O professor José Eloi Guimarães, especialista em recursos hídricos do Instituto de Geociências da UnB, assegura que não há nascentes no lote A, pertencente ao empresário Carlos Habib Chater. Mas Montalvão discorda: "Aqui tem nascente, a água não é proveniente da manilha, e sim do solo". A adoção de nascentes é um programa do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do DF (Ibram).

Para comprovar a existência de nascentes, Montalvão solicitou, em 2009, um laudo do laboratório químico Quinosan. Foi coletada uma amostra de água do local e o relatório apresentado apontou que ela é considerada de nascente. "O problema é que gera dúvidas, pois é contaminada pelo esgoto".

O coordenador da Abravida defende também a preservação de outras nascentes da entrequadra. Ele deu nomes às fontes de água que formam o córrego Olhos D'Água: Verde-Íris e Augusta. "Essas águas já foram potáveis, mas hoje estão contaminadas por matéria orgânica e sujeira que os moradores de rua trazem para cá", explica.

O governo do DF, a Universidade de Brasília e o empresário Carlos Habib Chater são donos de lotes na 212/213 Norte. Chater é dono do lote A, e pediu ao Ibram a licença ambiental para construir um centro comercial no terreno. Segundo o órgão, a área ainda não foi liberada, pois faltam documentos que têm de ser entregues pelo empresário.

Por Sabrina Fiuza

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