quinta-feira, 4 de junho de 2009

Exposição Homens-pássaros


Entre os dias 04 de junho e 03 de agosto, o Memorial dos Povos Indígenas recebe a exposição Homens-Pássaros, do artista francês River Dillon, que nos últimos cinco anos viaja o mundo mostrando o resultado da mistura entre pássaros e homens com adornos indígenas feitos com plumas.

A exposição, que passou recentemente pelo Louvre des Antiquaires, em Paris, e Wallywoods Gallery, Kulturhaus Peter Edel, Weissensee, em Berlim, e entre os meses de abril e maio visitou o Museu Arqueologia e Etnologia, em Salvador-BA, traz 56 peças que ficarão expostas na rampa de exposições do Memorial.

Desde o ano 1999, Dillon realiza fotomontagens, que parecem ressuscitar os indígenas que há milhares de anos, em suas lendas, se transformavam em aves. O ponto de partida da criação das montagens são fotografias de arte plumária expostas em museus europeus ou que compõem acervos particulares, além das fotos dos homens e mulheres que são ‘transformados’ em aves. Atualmente, com a ajuda de softwares de computador, cada montagem dura cerca de quatro dias para ficar pronta. No entanto, algumas peças do acervo chegaram a levar meses para ser finalizadas, como explica o artista: “Antes, eu trabalhava com os negativos das fotografias, colando um sobre o outro manualmente, o que dava um trabalho enorme”.

Para a exposição, exibida no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília-DF, River Dillon produziu oito novas fotomontagens, a partir de ensaios fotográficos com modelos brasileiros e indígenas e fotografias de arte plumária do acervo do Memorial, criando homens-pássaro e mulheres-pássaro autenticamente brasileiros.

A exposição contará ainda, com homens-cobra, homens-peixe e homens-onça, que nasceram de fotomontagens realizadas com fotografias de animais reais, e não apenas de artes indígenas.

Mitos

Indígenas de diversos povos utilizavam, e utilizam até hoje, plumas em cerimônias espirituais, na forma de diademas, cocares e mantos. Dessa forma, desejavam ficar parecidos com determinadas espécies de aves, ou mesmo a seres surreais, meio homem, meio pássaro, que pudessem voar, chegar perto dos deuses e do sol.

Os homens-pássaro de River Dillon dão nova vida a esses adornos de plumas, que, como por magia dos Povos Indígenas, parecem de novo vestir com suas cores e sua magia os homens-pássaro de antigamente. Para River Dillon, representar um homem como um pássaro é, também, figurar a dimensão aérea, sonhadora, a alma idealista do ser humano que sonha com a liberdade das araras e dos beija-flores das matas brasileiras.

“Expor esses Homens-pássaros num museu de cultura indígena sul-americana é reunir esses sonhos fotográficos modernos com os mitos indígenas dos homens-pássaro e devolvê-los ao seu verdadeiro contexto: os povos indígenas que continuam a afirmar suas culturas milenares nas terras brasileiras”, explica o artista.

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura do Distrito Federal

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